14 de janeiro de 2010

do que passou.

Não era amor. Descobri isso tendo um encontro desses, furtivos e só de raspão, com o homem que tanto me atormentara os sentidos a algum tempo atrás. Mas agora, a única coisa sentida quando esbarrava com ele por aí nas ruas, vez em quando, eram pequenas recordações que, de tão pequenas, iam se desanuviando da mente no momento exato que acabava de passar por ele.

Mas agora chega! Chega de tanta gentileza e palavras finas de etiqueta. Chega de cumprimentos agradáveis e sorrisos de paisagem. Chega de tanta compostura. Se hoje não resta mais nada. Não cabe também qualquer tipo de laços estreitos de relações. Nada. Apenas esse vazio já basta. Chega de tentar preencher com o avesso, melhor permitir ficar o vácuo. Sinceramente prefiro as não palavras e não respostas. Não sorrisos. Não abraços. Não bom dia. Não. Prefiro o não. Infelizmente mantenho meu extremismo de me garantir a ausência dele. Há tipos de relações que não suportamos. A nossa já chegou ao meu limite. Eu consigo respirar o mesmo ar que ele, contanto que não tenhamos que nos dirigir a palavra, nem se quer troca de olhares. Já que das outras vezes ele tomou a palavra e eu me calei aceitando sua sentença, me conceda esse último pedido.

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a menina acordou recomposta, depois de uma linda noite sem sonhos. depois de uma noite lavada a lágrimas, pela solidão e tristezas passadas. hoje, a dor é mansinha. dá até pra coloca-la no bolso, e sair por aí.