Tem dias que a gente se sente;
Como quem partiu ou morreu;
A gente estancou de repende;
Ou foi o mundo então que cresceu;
A gente quer ter voz ativa;
No nosso destino mandar;
Mas eis que chega a roda-viva;
E carrega o destino pra lá;
A gente vai contra a corrente;
Até não poder resistir;
Na volta do barco é que sente;
O quanto deixou de cumprir;
Faz tempo que a gente cultiva;
A mais linda roseira que há.
Mas eis que chega roda-viva;
E carrega a roseira pra lá;
A roda da saia, a mulata;
Não quer mais rodar não senhor;
Não posso fazer serenata;
A roda de samba acabou;
A gente toma a iniciativa;
Viola na rua a cantar;
Mas eis que chega a roda-viva;
E carrega a viola pra lá;
O samba, a mulata, a roseira;
Um dia a fogueira queimou;
Foi tudo ilusão passageira;
Que a brisa primeira levou;
No peito a saudade cativa;
Faz força pro tempo parar;
Mas eis que chega a roda-viva;
E carrega a saudade pra lá;
Roda mundo, roda gigante;
Roda moinho, roda pião;
O tempo rodou num instante;
Nas voltas do meu coração.
Um comentário:
Picareta
Amo vc, e os seus devaneios imediatos tb!
Beijos! Obrigada por eu te entender!
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