14 de junho de 2007

Roda-Viva!


Tem dias que a gente se sente;

Como quem partiu ou morreu;

A gente estancou de repende;

Ou foi o mundo então que cresceu;

A gente quer ter voz ativa;

No nosso destino mandar;

Mas eis que chega a roda-viva;

E carrega o destino pra lá;

A gente vai contra a corrente;

Até não poder resistir;

Na volta do barco é que sente;

O quanto deixou de cumprir;

Faz tempo que a gente cultiva;

A mais linda roseira que há.

Mas eis que chega roda-viva;

E carrega a roseira pra lá;

A roda da saia, a mulata;

Não quer mais rodar não senhor;

Não posso fazer serenata;

A roda de samba acabou;

A gente toma a iniciativa;

Viola na rua a cantar;

Mas eis que chega a roda-viva;

E carrega a viola pra lá;

O samba, a mulata, a roseira;

Um dia a fogueira queimou;

Foi tudo ilusão passageira;

Que a brisa primeira levou;

No peito a saudade cativa;

Faz força pro tempo parar;

Mas eis que chega a roda-viva;

E carrega a saudade pra lá;


Roda mundo, roda gigante;

Roda moinho, roda pião;

O tempo rodou num instante;

Nas voltas do meu coração.

Um comentário:

Unknown disse...

Picareta

Amo vc, e os seus devaneios imediatos tb!

Beijos! Obrigada por eu te entender!